terça-feira, 9 de maio de 2017

Alimentação na Endometriose

A endometriose é uma doença que tem preocupado muito a população feminina e estima-se que 10% a 14% das mulheres em fase reprodutiva (19 a 44 anos) e de 25% a 50% das mulheres inférteis sejam portadoras desta doença. As mulheres com endometriose têm um crescimento de tecido endometrial fora do útero.

O seu tratamento é quase sempre cirúrgico e pode envolver a retirada de cistos dos ovários e em casos mais extremos a retirada do útero e dos ovários. O tratamento clínico com anti-inflamatórios e anticoncepcionais ajuda a amenizar a dor, mas não cura a doença.



Uma alimentação adequada contribui como prevenção para diversas doenças assim como o sistema imunológico influencia directamente no desenvolvimento das mesmas. Com a endometriose não seria diferente. Um estilo de vida adequado ajuda a prevenir o surgimento ou agravamento deste problema de saúde, uma vez que ela também está relacionada com a ansiedade, estresse, depressão e cansaço.

Mas como a alimentação pode ajudar?

- Um hábito intestinal normal e regular é importante. Não evacuar com regularidade aumenta a quantidade de material fecal e o aumento de toxinas no intestino, que vão deprimir o sistema imunológico. Os alimentos ricos em cereais e fibras ajudam a melhorar o trânsito intestinal (hortaliças, frutas, aveia, feijão, alimentos integrais).

- Alimentos ricos em ômega-3 contribuem para a diminuição da dor por terem um efeito positivo sobre os indicadores inflamatórios. Ele é encontrado em alimentos como peixes gordos e de águas frias (sardinha, atum, arenque), óleos vegetais (milho, soja, canola, girassol), óleos de peixes (salmão e sardinha), sementes (linhaça) e oleaginosas (ginguba, nozes, amêndoas, castanhas). Sempre se certifique que o peixe consumido procede de água marinha pois os peixes criados em cativeiro não têm o mesmo teor de ómega-3.

- Nutrientes antioxidantes ajudam a combater os radicais livres que aumentam em caso de estresse oxidativo, como no caso da endometriose. As vitaminas A, C, E e do complexo B, assim como minerais como o zinco, selénio e magnésio têm um papel protector contra a acção de radicais livres e são coadjuvantes no tratamento das complicações da endometriose.

            Alimentos ricos em Vitamina A: óleos de peixe, vísceras, queijo e leite com baixo teor de gordura, vegetais verde-escuros (espinafre, couve, repolho, gimboa) vegetais amarelo-escuros (abóbora, cenoura).

            Alimentos ricos em Vitamina C: frutas cítricas (limão, laranja, abacaxi, tangerina), múcua, tomate, pimentões, morango.

            Alimentos ricos em Vitamina E: óleos vegetais, semente de girassol, oleaginosas, alimentos integrais.

            Alimentos ricos em Vitaminas do complexo B: frango, peixes, ovos, lacticínios com pouca gordura, leguminosas (feijão, grão de bico, soja, ervilha, lentilha), oleaginosas, alimentos integrais.

- Alguns alimentos também podem influenciar negativamente no organismo da mulher com endometriose e por isso devem ser evitados. São eles: bebidas alcoólicas, frituras, margarina, carne vermelha em excesso, carboidratos refinados (arroz, massa e pão branco, doces), cafeína, açúcar em excesso, industrializados.



Resumindo, seguem algumas orientações nutricionais que vão contribuir com o alívio ou melhoria nos sintomas da endometriose:

  • Evitar o uso de alimentos industrializados, enchidos ou ultraprocessados, como fiambre, linguiça, salsicha, presunto, hambúrguer, bolachas, pães e doces refinados, molhos e temperos prontos e preparações enlatadas;
  • Reduzir o consumo de carnes vermelhas principalmente aquelas de procedência desconhecida;
  • Aumentar o consumo de peixes e frutos do mar devido a alta concentração de ácidos graxos ómega-3 que estes alimentos contêm;
  • Diminuir ou evitar o consumo de lacticínios gordos devido as doses de hormônios e antibióticos presentes na gordura animal;
  • Aumentar o consumo de frutas, verduras e legumes frescos e dê sempre preferência aos alimentos da época que são mais baratos;
  • Aumentar o consumo de água e fibras, como aveia e farelo de trigo, com objectivo de manter as funções intestinais;
  • Substituir as gorduras saturadas usadas no preparo dos alimentos por óleos ricos em ómega-3, presentes em óleos vegetais como canola, linhaça e oliva;
  • Garantir o consumo adequado de alimentos ricos em vitaminas antioxidantes, como frutas cítricas, vermelhas e alaranjadas, vegetais verde-escuros e cereais integrais;
  • Priorizar o consumo de carboidratos integrais, com o objectivo de manter os níveis de glicose e insulina adequados;
  • Suspender ou reduzir a ingestão de bebidas alcoólicas;
  • Manter o peso ideal, ainda que para isso seja necessário perder peso.